quinta-feira, 5 de maio de 2011

HENRIQUE DIAS - Patrono da nossa Escola

Lúcia Gaspar
Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco
pesquisaescolar@fundaj.gov.br



Há pouca documentação sobre Henrique Dias, um dos heróis negros da luta contra os holandeses. As informações só começam a aparecer, em 1633, quando ele se apresentou ao general Matias de Albuquerque “para servir com alguns de sua cor em tudo o que lhe determinasse”, tornando-se o capitão do grupo e recebendo a patente de governador dos crioulos, negros e mulatos do Brasil.

Sabe-se que nasceu em Pernambuco, mas não se conhece a data do seu nascimento. Também não se sabe se nasceu escravo ou liberto, nem quem foi sua mulher. Não teve filhos homens, mas quatro filhas, duas das quais se chamavam Guiomar e Benta.

Não há um retrato seu autêntico, conhecido. Os que aparecem nos compêndios e até em livros eruditos são pura fantasia.

Sua primeira ação militar foi a defesa do Engenho São Sebastião, quando contou com a ajuda de vinte negros e de outros capitães, e onde recebeu o primeiro dos seus 24 ferimentos lutando contra os holandeses. Num desses ferimentos sua mão esquerda teve que ser amputada.

Travou combates com os holandeses em Pernambuco, Bahia, Alagoas e Rio Grande do Norte, não perdendo sequer uma batalha. Tomou parte, entre outras, nas batalhas das Tabocas, de Casa Forte, quando defendeu o engenho de Dona Anna Paes, de Cunhaú e dos Guararapes.

Henrique Dias estabeleceu-se numa estância no contorno do Recife e da cidade Maurícia (atual bairro de Santo Antônio) que, segundo os documentos, era a mais próxima dos inimigos. Ficava tão perto dos holandeses que, às vezes, o duelo não era com bala e sim com palavras de desafio e injúria. Da sua estância realizou várias investidas importantes contra os batavos. O local foi atacado diversas vezes pelos flamengos, porém eram sempre rechaçados.

Com a rendição do Recife, em 1654, Henrique Dias, ao contrário de outros militares que combateram os holandeses, não recebeu as recompensas que lhe eram devidas, tendo que viajar a Portugal, em março de 1956, para requerer a remuneração atrasada dos seus serviços.

Foi-lhe concedida por Dom João IV, a comenda dos Moinhos de Soure, da Ordem de Cristo, que estava vaga por morte de Antônio Felipe Camarão, que já a possuía desde 1641.

Passou seus últimos anos em Pernambuco, morrendo em extrema pobreza no dia 7 ou 8 de junho de 1662, no Recife, sendo enterrado por conta do Governo, no Convento de Santo Antônio, em local desconhecido.

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