Muito se fala hoje sobre a importância da educação.
Se todo adulto que mantém contato com crianças - para quem aprender é quase tão vital quanto respirar – acreditar que elas são capazes de aprender e que aprendem o tempo todo (coisas boas e ruins), haverá disponibilidade para ouvir,acolher,exigir,desafiar e alimentar física e intelectualmente as crianças brasileiras.
O nível de desenvolvimento educacional e cultural que um país atinge é conseqüência de uma ação coletiva, que envolve diferentes instâncias e instituições. Não é mágica e não é definido por um governo. É resultado da somatória de investimentos.
No Brasil, depositamos quase toda a responsabilidade na escola e nos sistemas educacionais. Eles têm, de fato, papel relevante e determinante. No entanto, podemos começar a despertar a força complementar que está adormecida e que pode intervir e qualificar a médio e longo prazos a qualidade da aprendizagem e o conhecimento, base sólida para aprendizagens futuras.
Todos os países que deram saltos qualitativos neste campo e que impactaram a economia a partir – ou com apoio – da educação reconheceram o valor social do conhecimento e a importância de processos de aprendizagem no dia a dia. Um bem simbólico distribuído igualitariamente em toda a sociedade, a partir da crença no potencial de suas crianças. Este simples movimento tem um poder transformador maior do que imaginamos.
Uma base cultural se cria com o engajamento de todos os atores sociais. As famílias têm lugar privilegiado para ajudar a transformar o cenário se, desde o nascimento do bebê, forem capazes de acreditar na sua capacidade, sem colocar restrições de ordem racial, de gênero, física ou intelectual. Assim, vamos construir um país intelectualmente sustentável e fisicamente saudável. Basta dizer “sim” à afirmação de que toda criança pode aprender.
*CARDOSO,Beatriz-presidente da Oscip /Comunidade Educativa Cedac e PEREIRA,Cristina, diretora desta mesma instituição,publicação O Globo-01/07/2011.
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